Na Fortaleza de Peniche, uma visita guiada ao novo Museu da Resistência e Liberdade: “Para que ninguém esqueça”

23 de abril
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Na Fortaleza de Peniche, uma visita guiada ao novo Museu Nacional Resistência e Liberdade: “Para que ninguém esqueça”

Inaugura no sábado, 27 de abril, no dia em que passam 50 anos da libertação dos presos políticos. A diretora do novo Museu Nacional Liberdade e Resistência mostra os corredores, a memória e o terror.

Os pesados portões abrem-se a 27 de abril, exatamente como há 50 anos. Porém, agora o desejo é entrar e não sair sofregamente da Fortaleza de Peniche, como aconteceu naquela madrugada de 1974, quando começaram a ser libertados os presos políticos.

“Nomeai um a um todos os nomes. Lutaram e resistiram. A liberdade guarda a sua memória nas muralhas desta fortaleza.”

A frase encabeça o mural que se encontra à direita, logo depois da entrada no recinto, e é de António Borges Coelho [historiador e poeta, preso político no Aljube e em Peniche]. “Abatino Luz Rocha, Abel Albino Garcia, Abel Augusto Abreu, Abel Augusto Neves, Abel Carlos Miguel…”, pode ler-se no início da lista gravada em placas cor de tijolo. A sequência prolonga-se por vários painéis e, até há bem pouco tempo, continha 2510 nomes, mas com a pesquisa recente descobriram-se muitos mais. Por isso, a última placa foi entretanto retirada para ser atualizada.

Quando o Museu Nacional Resistência e Liberdade for inaugurado no sábado, 27 de abril
de 2024, estarão aqui as identidades dos 2626 homens que fazem parte daquela que foi prisão política entre 1934 e 1974.

“É natural que se descubram mais à medida que se analisarem outros documentos”, afirma a
diretora do museu, Aida Rechena. Para já, este é o devido reconhecimento e “a exigência de um dos presos que passou por aqui, o Borges Coelho, que acaba por ser o porta-voz de todos os presos que têm direito à nomeação”.

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Publicado pelo Observador em 23/04/2024

Texto: Andreia Costa

Fotografia: Diogo Ventura