Desenhar é essencialmente descobrir. O Desenho tem ganho maior abertura e autonomia nas artes, mas não na academia enquanto prática e disciplina geradora de conhecimento. Este projeto propõe analisá-lo como forma de conhecimento de um lugar, revelando as suas marcas e histórias ocultas. Ancora-se numa prática artística interdisciplinar situada em Peniche, zona terrestre ultraperiférica mas referência para a navegação marítima.
Para atingir esse objetivo, usamos o conceito «desenhos-invisíveis» – os desenhos presentes no nosso dia-a-dia que ainda não vemos ou conhecemos. A prática artística serve para reconhecer, intervir e reinterpretar a península, vertendo questões sobre a (in)visibilidade, o gesto e o nada num encontro entre o Desenho e a escrita. Já a colaboração com o Museu Nacional Resistência e Liberdade sedimenta o diálogo com a comunidade – estudando os desenhos dos antigos presos políticos e testemunhos adjacentes. O resultado é um diálogo materializado e exposto num livro.
Pretendemos articular as artes, museus e comunidades, contribuindo para uma maior consistência da investigação teórico-prática numa (in)disciplina que abarca diversas linguagens, usos e contextos.
Doutoramento de Ana Luísa Saraiva Lanita Marques
Orientação Sandra Vieira Jürgens
Coorientação Aida Rechena