Testemunho de Mónica Braz de Almeida
Filha do antigo preso político António Almeida, preso na Cadeia de Peniche de dezembro de 1967 a dezembro de 1969 (2 anos)
“São as minhas cartas. Uma espécie de tesourinho!
As cartas [do meu pai] normalmente tinham desenhos. São cartas para uma criança.
Esta foi nos meus anos. Era para a Rua Salpicada de Pedras, Lisboa.
Todas as cartas têm o carimbo da censura. Todas.
A minha vivência, quer em Caxias quer em Peniche, mas sobretudo em Peniche e o facto de não haver mais crianças e de eu ser muito pequenina, [tornei-me] uma espécie de mascote de todos os presos daquela época.
Há toda uma dimensão que eu acho que é realmente muito forte que é a dimensão do coletivo […] esse tempo todo que se passava com o grupo, que era um grupo de resistência e com toda uma ação em torno da luta pelos ideais da resistência ao fascismo, […] esses são os meus valores de base […]. Tu cresces e aprendes a falar nesse contexto.”
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